limite
trabalho em curso desde 2016

fotografia
impressão fine arts jato de tinta sobre papel algodão
desenho a carvão sobre papel

“É que mostrar o humano seria, nesta ocasião,
uma indignidade.Uma falha moral.”
Dominique Baqué

“O que acontece quando há um muro entre nós?
Neste trabalho, procuro revelar os muros que nos separam.
Realizo uma extensa documentação fotográfica dos muros de Paris.
Através de escolhas técnicas e de um protocolo pré-estabelecido,
o ‘muro’ é isolado por uma frontalidade e um enquadramento extremos.
As imagens mostram apenas grandes superfícies de ‘muros’
que erradicam qualquer figura.
Cada imagem é um retrato em close de um ‘muro’.
Elas revelam o caos contemporâneo — o movimento de exclusão dentro da nossa sociedade, o retorno às condições feudais nas relações sociais.

O “muro” é símbolo de sociedades em ruínas. Onipresente, ele se impõe física e conceitualmente em nossa vida ordinária.
É uma construção política que separa, aprisiona,
impede de passar, de ver, esconde as diferenças.
‘Muros’ articulam limites físicos e metafísicos,
fronteiras estabelecidas como forças (dynamis).
No espaço urbano há o muro, a divisória, além de inúmeras barreiras e obstáculos que também são muros. Alguns construídos solidamente,
outros igualmente sólidos, apesar de internalizados.
Sejam barreiras institucionais, sociais ou auto impostas,
o muro é o sinal mais visível.

Até o momento, esse trabalho se limita a tratar do contexto urbano
e só foi desenvolvido em Paris. (claro que a reflexão vai muito além…)
Embora o protocolo pré-estabelecido que garante os princípios conceituais e estéticos desta pesquisa seja restritivo,
esta obra já contém um corpus de mais de 300 imagens,
organizadas na série que estrutura a sintaxe visual.”

No espaço urbano há o muro, a divisória, além de inúmeras barreiras
e obstáculos que também são muros. Alguns construídos solidamente, outros
igualmente sólidos, apesar de internalizados.
Sejam barreiras institucionais, sociais ou auto impostas,
o muro é o sinal mais visível.

Até o momento, esse trabalho se limita a tratar do contexto urbano
e só foi desenvolvido em Paris. (claro que a reflexão vai muito além…)
Embora o protocolo pré-estabelecido que garante os princípios conceituais e estéticos desta pesquisa seja restritivo,
esta obra já contém um corpus de mais de 300 imagens,
organizadas na série que estrutura a sintaxe visual.”

Dominique Baqué, Por uma nova arte política – da arte contemporânea ao documentário, Paris, Flammarion, 2004, págs. 187-188