“Em GRANDEZA, retrato árvores articulando desenho e fotografia. A justaposição

desses dois médiums não visa apenas à soma formal de técnicas, mas à criação de um

território híbrido, no qual os limites entre o traço e o registro fotográfico se tornam tênues.

Esse cruzamento promove a desconstrução das convenções de cada linguagem,

possibilitando a emergência de novas formas de percepção, inscrição e presença da

imagem. Esses retratos são ao mesmo tempo indiciais e icônicos e deixam de ser 

reprodutíveis. Nele, a fotografia em preto e branco é ampliada além de seus limites, a fim de

atingir a escala de cada árvore. À esta ampla visão do todo revelada pela fotografia, somo

à visão do detalhe, realizado pela precisão do desenho à carvão, que retrata fielmente

alguns aspectos dessa árvore, como um rosto.  Fotografia e desenho procuram criar uma

imagem na dimensão de cada árvore. 

Este trabalho é realizado em módulos: A fotografia ampliada, é dividida e impressa em

partes. Sua dimensão é decidida em função de cada árvore retratada. Os desenhos são

também realizados em partes, cada um igual ao formato de cada parte em fotografia. O

resultado final é composto pela reunião de todas as partes de fotografia e de desenho. 

O uso de módulos justapostos é uma estratégia poética: cada painel é um fragmento de

uma imagem maior que, por vezes, permanece inacabada ou impossibilitada de ser

plenamente vista. Essa abordagem cria uma experiência não sequencial, exigindo

deslocamento físico do espectador e promovendo uma leitura corporalizada e

não-centralizada da obra.

Em GRANDEZA trabalho com papel e carvão, pedaços de árvores carbonizadas.”